Febre amarela: Campinas reforça vacinação em áreas de risco após macaco testar positivo e casos da doença na região
29/01/2025
Mortes pela doença já foram registradas em Socorro e Tuiuti, e morte de macaco localizado na região do bairro Carlos Gomes indica circulação do vírus em áreas de mata. Vacina contra febre amarela
Rodrigo Nunes/MS
A Secretaria de Saúde de Campinas (SP) começou a ampliar a vacinação contra febre amarela para moradores de áreas de risco para a doença e viajantes. A medida ocorre após a confirmação da morte de um macaco pela doença, e os casos confirmados na região, com mortes em Socorro e Tuiuti.
Segundo a pasta, o primata foi localizado na região do bairro Carlos Gomes no último dia 20, e o resultado da análise ficou pronto na terça (28). Vale destacar que os macacos não transmitem a doença mas são, sim, vítimas.
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A secretaria destaca que a presença de primatas doentes serve como 'alerta' sobre a circulação do vírus, uma vez que "quando contaminados eles dificilmente sobrevivem".
"Os registros de febre amarela em cidades da região indicam a circulação do vírus da febre amarela e o aumento do risco de infecção para pessoas expostas ao mosquito transmissor em áreas de floresta, mata fechada, borda de mata e regiões rurais nos dois estados", pontua.
Vacinação
A orientação da pasta é que em Campinas, todos os moradores a partir de 9 meses, que não receberam a dose, devem ir aos postos de saúde para aplicação.
"Moradores das áreas urbanas que visitam ou frequentam áreas de floresta, mata fechada, borda de mata e região rural devem receber uma dose dentro dos critérios de ampliação de vacinação", explicou em nota a enfermeira Cíntia Bastos, do Programa de Imunização de Campinas.
O trabalho iniciado nesta quarta, localizado em áreas de risco, é voltado para uma população estimada de 1,9 mil pessoas - sendo que parte do grupo já recebeu o imunizante em campanhas anteriores.
Crianças de 6 a 8 meses: recebem uma dose durante a ação. Os responsáveis serão orientados para garantirem a vacinação completa, sendo: uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos.
Pessoas com 60 anos ou mais: a vacinação será realizada dependendo da avaliação do risco relacionado às comorbidades, doenças autoimunes, tratamentos específicos ou uso contínuo de medicamentos que contraindiquem a aplicação da vacina febre amarela nessa faixa etária.
Gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses: são orientadas a suspender a amamentação por dez dias após a vacinação e recebem as recomendações para extração e armazenamento do leite materno antes da vacinação. Dessa forma o aleitamento neste período pode ser garantido.
A medida de rotina segue os seguintes critérios:
Crianças: 1 dose com 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos de idade.
A partir de 5 anos, adolescentes, adultos e idosos: somente uma dose. Quem não tiver comprovante ou certeza de que já recebeu o imunizante, deve receber nova vacina.
Haemagogus janthinomys, vetor de febre amarela
Douglas Eduardo Rocha / iNaturalist
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O que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Ela possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
Os sintomas iniciais da febre amarela são:
Febre
Calafrios
Dor de cabeça intensa
Dores nas costas
Dores no corpo em geral
Náuseas e vômitos
Fadiga e fraqueza
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver sintomas como:
Febre alta
Icterícia
Hemorragia
Eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
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