Construção 'compensa' outros setores e Campinas fecha ano com leve alta na geração de empregos
30/01/2025
Setor registrou aumento de 82,3% na abertura de vagas em 2024, único a ficar positivo segundo o Caged. Com desempenho, metrópole encerrou 2024 com 13,6 mil novos postos com carteira assinada. Setor da construção civil registrou aumento nas vagas criadas
Alexandre de Jesus/EPTV
Único setor a contratar mais do que demitir, a construção mostrou força em 2024 e "compensou" o desempenho de outras áreas, ajudando Campinas (SP) a encerrar o ano com alta de 3,4% na geração de empregos com carteira assinada.
A construção foi responsável por 2.391 novos postos de trabalho, crescimento de 82,3% em relação ao ano anterior (1.311). Os dados são do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados nesta quinta-feira (30).
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Ao todo, Campinas fechou 2024 com saldo positivo de 13.621 vagas de emprego criadas, contra 13.162 de todo o ano de 2023.
Um desempenho avaliado como "dentro do esperado" pelo que foi se desenhando ao longo do ano, segundo a economista e professora da PUC-Campinas, Eliane Navarro Rosandiski.
De acordo com a economista, enquanto a construção deve seguir um caminho de avanço em 2025, outros setores, como indústria e serviços, entram em "compasso de espera" diante dos movimentos macroeconômicos, como alta da taxa de juros e variação do dólar, o que pode impactar a geração de empregos nessas áreas.
"A construção deve seguir forte em 2025, principalmente em Campinas, por ser um setor bastante aquecido pelo empreendimentos que estão surgindo, enquanto a indústria e o setor de serviços, em especial o que atende demandas produtivas, deve dar uma recuada em virtude de um aperto monetário. O emprego deve começar a sentir esses impactos e deve haver uma reorganização do processo de produção, que vise o corte de custos, o que deve ampliar terceirização e trabalho temporário", analisa.
Eliane Navarro Rosandiski
Reprodução/EPTV
Eliane avalia que o novo aumento da taxa de juros pelo Banco Central, que fez a Selic saltar de 12,25% para 13,25% ao ano deve provocar impactos no emprego, em especial na indústria, em breve.
"Isso gera uma incerteza, e a indústria começa a segurar as expectativas quanto ao consumo. E como será a reação do setor. Tivemos dois elementos importantes ao longo do ano, que foi o crescimento de empregos e de renda, uma remuneração média maior, que gera demanda, consumo. Mas nesse cenário pode ter impacto o custo do trabalho, e a busca de empresários pelo corte de custos", alerta.
De qualquer forma, a economista vê o cenário em Campinas, principalmente na construção, como um elemento positivo.
Ela crê que grande parte dos empreendimentos não sofram impacto com o aumento dos juros, pois são para "um público que não depende tanto das linhas de financiamento", muitos de alto padrão, o que pode sustentar o setor e manter o emprego em alta, gerando consumo por parte das famílias.
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